Coelho
Oryctolagus cuniculus
Créditos: 
Emília Cadeireiro

O coelho foi introduzido em muitas ilhas em todo o mundo, com o objetivo de garantir alimento fácil nestes locais remotos desprovidos de mamíferos. No entanto, o coelho tem uma grande capacidade de adaptação e reproduz-se a taxas muito elevadas. Em todas as ilhas em que foi introduzido tornou-se numa ameaça à conservação dos frágeis ecossistemas insulares chegando até a alterar os seus ciclos ecológicos. Sendo herbívoro, o coelho alimenta-se de praticamente todas as plantas levando à destruição do coberto vegetal e, em alguns sítios, grandes áreas ficam completamente descobertas de vegetação. Este impacto sobre a vegetação pode ter consequências sérias para a conservação dos habitats e da flora das ilhas. Outro problema associado ao coelho é a construção de tocas e túneis o que altera a dinâmica do solo e contribui para um acelerado processo de erosão.

Pensa-se que o coelho foi introduzido nas Berlengas durante o reinado de D Afonso V, altura em que a ilha da Berlenga funcionava como couto de caça da corte. Atualmente o coelho está presente em praticamente toda a ilha da Berlenga. O seu impacto na vegetação é notório nos locais onde a sua abundância é maior, nomeadamente na zona do planalto onde a vegetação é muito rala. Na ilha da Berlenga o impacto do coelho sobre a vegetação não é verdadeiramente conhecido, no entanto a sua ação sobre as plantas endémicas, como a pulicária-das-berlengas ou a erva-seca-das-berlengas, pode ser bastante negativa.